Wednesday, November 12, 2025

12 de novembro de 2018

Se o general Viddas Boas tá falando em público sobre esse tal de 'limite' da intervenção, imagine os papo que rola nas internas!

Eu sou um dos caras mais zé ruelas que eu conheci na vida. Sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes, blá-blá-blá e sem condições psíquicas de entender como é que se produzem conspirações, tráfico de influência, bem-bolados, acordos, negócios e outras mumunhas mais. Resultado: sou uma desautoridade desconstituída. Nem o cachorro do vizinho dá atenção pras minhas ordens. 

Por exemplo: eu não consigo me interessar por entender como o PT se divide em facções, digo, tendências. Eu sei que elas existem. Que são fundamentais para a vida do partido. Sei mais ou menos quem, entre os mais famosos, anda com quem. Mas é até aí que eu vou. Senso prático: aprendi, durante o impeachment, a não contar com o Rui Falcão. Não vi necessidade de saber nada sobre as disputas internas do PT para perceber que dali não sairia coisa alguma.

Diferente eu vejo a Gleisi Hoffman agora. Daqui daonde observo ela é a representação cristalina de um grupo que pegou pra si a tarefa que, salvo engano, é a mais necessária para o campo democrático no Brasil atual: garantir a integridade física e política do presidente Lula e lutar por sua liberdade. Que não é nada menos do que lutar pela integridade da República. 

Lula é o maior líder popular da história do Brasil. Talvez o mais importante da América Latina. Sem dúvida um dos maiores do mundo. Lula está preso. De modo inequivocamente injusto e partidarizado. Gleisi, sempre que aparece, está, de alguma forma, noticiando que segue em vigília, dedicando-se em tempo integral à integridade do Lula.

Pode ser que, nas internas, Gleisi não seja nada disso e defenda interesses escusos, talvez o próprio Lula seja o oposto do que pensamos. Para o que estou dizendo, isso é indiferente. Os números da eleição não deixam dúvida sobre a importância de Lula para o Brasil. E a presença de Gleisi tampouco. Ela, goste-se ou não, é quem não deixa esmorecer o entusiasmo. É imperativo tirar Lula da cadeia e provar sua inocência.

Me pergunto sempre por que foi que as lideranças do campo democrático não foram até as últimas consequências no momento de impedir o ataque à democracia e à República que foi o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Declarações como a do general Viddas Boas ajudam a pensar melhor o problema. Se em público ele admite que o Exército poderia intervir para que um habeas corpus não desse a Lula a liberdade, imagina o que esses caras não falaram por telefone, ou mandaram dizer através de emissários!

Inside information é pra quem pode, não é pra quem quer. Eu não posso e nem quero. Mas admiro quem tem. É quase obrigatório munir-se de boas e sigilosas fontes para desenvolver certos trabalhos jornalísticos. Quem é da lida partidária também não pode viver sem elas. Diferentes são os oráculos de Facebook, adivinhando o passado em bolas de cristal que ninguém sabe onde guardam. Transformando grandes arcos históricos em tiaras coloridinhas do varejo de notícias dessa enorme rua 25 de Março que são as redes sociais.

Do meu ponto de vista zé ruela, a luta pelo #LULALIVRE tem uma cara. Multiconstruída, não há dúvida. Mas, nela, os traços da Gleisi Hoffman aparecem inconfundíveis.

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