PT, agora, espera que voto para "assustar" Lula volte para Dilma
Valdo Cruz - DE BRASÍLIA
Para uma neófita no mundo da política como Dilma Rousseff, chegar à frente dos adversários no primeiro turno seria motivo de comemoração. Mas para quem chegou a ter chances de vitória já na primeira fase da eleição, o segundo turno tem gosto de derrota e de apreensão.
Duas semanas atrás, Dilma estava com a eleição na mão. Perdeu a oportunidade de liquidar a fatura porque subestimou Marina Silva e não conseguiu identificar e/ ou neutralizar seus pontos fracos na reta final.
O principal, a onda de boatos no eleitorado religioso que a fez perder votos em setembro. Sua equipe demorou a acordar para o ataque viral, que começou na internet e chegou às igrejas e templos.
A queda de Erenice Guerra também lhe tirou votos, mas nesse caso o governo agiu rápido. A operação, contudo, teve um custo. Fez parte da estratégia para abafar o caso Erenice a subida de tom das críticas do presidente Lula à imprensa. Com isso, ele desviou a atenção para si.
Só que, na avaliação do comando de campanha, Lula exagerou no tom e fez Dilma perder votos principalmente na classe média e nas regiões metropolitanas. Tanto que, aconselhado por assessores, amenizou suas críticas.
Por fim, a equipe dilmista passou a campanha poupando Marina. Contava que ela ficaria nos 10%. Termina na faixa dos 20%, atraindo votos de Dilma tanto de religiosos como da classe média.
Agora, os petistas esperam que boa parte desse voto que migrou para Marina tenha tomado esse rumo para dar um "susto" em Lula, diante do seu tom arrogante dos últimos dias. Voltaria para Dilma no segundo turno.
A conferir.
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