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Thursday, March 20, 2008

Direito de conviver com os pais

“Olá! Tenho 22 anos e um bebê de oito meses. Trabalho durante o dia e faço faculdade à noite. Tenho pouco tempo durante a semana com meu bebê, mas isso ainda não é problema. O que me deixa confusa é o seguinte: não tenho um bom relacionamento com o pai do meu filho. Sei que ele não será uma boa influência para ele. Mas, ao mesmo tempo, sei que não posso impedir o contato deles. O que eu faço, como devo agir?”

Escolhi esta mensagem para comentar porque tem sido cada vez mais freqüente essa idéia, para algumas mães, de que o convívio com o pai poderia ser prejudicial para a criança. Os motivos que as mães levantam são os mais variados possíveis para usar essa argumentação, e vou citar alguns: o de que o pai não tem paciência, que não presta atenção ao filho, que é preconceituoso com alguns assuntos, que ingere bebida alcoólica, usa linguagem chula, é agressivo etc.

Bem, antes de tudo vamos lembrar que são bem raros os casos em que é desaconselhável o convívio estreito entre pais e filhos. Tais casos são bem graves e quase sempre terminam na justiça, o que, evidentemente, não é o caso nem dessa nossa leitora nem da maioria das mães que assim pensam.

De certa maneira, todos nós podemos não ser boa influência para os filhos já que humanos, somos cheios de defeitos, manias, cacoetes. E as crianças sabem enxergar como ninguém esses nossos traços. Mas, podemos ser, nesses aspectos, modelos de contra-exemplo, não é mesmo? Afinal, no decorrer da vida as crianças encontrarão, pelo caminho, pessoas com muitas características negativas e precisarão ter aprendido a se relacionar com elas sem se destruírem com isso.

Toda criança tem o direito de conhecer os pais, saber sua origem e de conviver com eles, sejam estes poços de virtudes ou de defeitos. Isso é mais importante do que ficar protegido dessas pessoas com suas características. Aliás, como gosto de afirmar, a ausência de palavras ou de pessoas que poderiam estar presentes prejudica mais a criança do que o convívio com elas, mesmo que isso provoque certo sofrimento.

Tive a oportunidade de acompanhar por um período várias mães que pensavam como essa nossa leitora e, após algumas conversas, elas chegaram à conclusão de que a idéia de afastar o filho do pai tinha muito mais a ver com a relação com o ex-parceiro do que, de fato, com o pai da criança. E, mesmo reconhecendo os aspectos negativos da relação do filho com o pai, não interferiram mais no processo e isso permitiu que ficassem mais em paz consigo mesmas e, portanto, com os filhos também.

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