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Wednesday, December 09, 2009

Terça-feira, Dezembro 08, 2009

deixa as mágoas para trás, ó, rapaz

Então eu estava lendo Samba, o Dono do Corpo (Mauad, 1998), de Muniz Sodré, e bati de frente com o seguinte depoimento de Donga, um dos inventores deste exu denominado samba:

"Em 1916, começamos a apertar o cerco em torno da Odeon, para que gravasse um samba. Mas a ocasião só iria surgir no ano seguinte. Foi quando consegui gravar o famoso Pelo Telefone.

["Que ocasião foi essa?", pergunta Muniz Sodré.]

A da campanha contra o jogo, lançada pelo jornalista Irineu Marinho em A Noite. Era chefe da polícia o dr. Aureliano Leal, e se jogava livremente em toda a cidade. Os repórteres Orestes Barbosa, Eustáquio Alves e Costa Soares ficaram encarregados da campanha.

Um dia, em plena tarde, eles fingiram ser jogadores e banqueiros, diante de umas roletas de papelão que Irineu Marinho colocara perto da redação, no Largo da Carioca. Batida uma fotografia, o jornal fez escândalo: jogava-se em plena rua, sem que a polícia tomasse providências. O episódio foi muito comentado. Isto dá samba, pensei eu. Escolhido um motivo melódico folclórico dos muitos existentes, dei-lhe um desenvolvimento adequado e pedi ao repórter Mauro de Almeida que fizesse a letra. E o samba foi gravado por Baiano:

O chefe da polícia/ pelo telefone/ mandou avisar/ que com alegria não se questione/ para se brincar

Estes eram os primeiros versos, que também se cantavam assim:

Que na carioca/ tem uma roleta/ para se jogar".

De primeira, o amontoado de referências me causou aquele espanto. O pai do "doutor" Roberto Marinho patrocinou a campanha moralista contra a jogatina? Um dos repórteres encarregados de fazer o estardalhaço era Orestes Barbosa, futuro compositor (em 1937) da maravilhosa seresta Chão de Estrelas? Assim como os encarregados de atiçar a faxina moral, era repórter o incumbido de criar os versos pioneiros em tempo de crônica de costumes? E na encruzilhada de tudo, botando o ovo do samba, estava Donga, o carioca negro, pobre, suburbano, marginalizado etc.? Ora, ora.

De segunda, me revoam a cabeça as semelhanças mil, o novelo repetitivo da história. Imagino uns Marinho ou uns Frias de hoje criando escândalo sensacionalmoralista por sobre a contravenção, o baile de subúrbio, os camelôs na jogatina de CDs piratas de tecnobrega nas ruas velhas de Belém. Ou o pagode mauricinho (Chão de Estrelas) servindo de semente para que adiante brote a raiz antiga do funk carioca (Pelo Telefone) - ou é o contrário?, ou coisa que o valha.

Acima de tudo, lembro que "no meu tempo" (e/ou lugar) os valores e papéis sociais andaram dramaticamente estanques, isolados e apartados uns de outros - uns foram fazer jornais, outros cantaram, outros compuseram, outros criaram poemas, outros se dedicaram a escrever sobre canções ou poemas ou políticas ou contravenções. Quem foi fazer arte foi fazer arte, quem foi ser faxineira foi ser faxineira, quem foi gerenciar jornal foi gerenciar jornal, quem não fugiu mais com o circo não fugiu mais com o circo.

O que as memórias de Donga me fazem lembrar é que nem sempre as coisas andaram assim tão estanques. E aí eu me encontro no presente, e refresco memória bem mais recente. No Fórum de Mídia Livre de Vitória, Espírito Santo, de onde acabei de chegar, difícil era distinguir quem era jornalista de quem era músico de quem era militante político de quem era produtor de banda de quem era artista circense de quem era etc.

Acima de tudo, na minha cabeça, a turma sensacional de jovens jornalistas que me recepcionou com imensa gentileza em Vitória (alô, Vitor, velho frequentador deste barraco eletrônico!) se associa profundamente à gente hoje extinta de Donga. Vitor trabalha no caderno de cultura do grande jornal capixaba, faz curadoria para o festival de música do Fórum e em rápidas horas vagas acompanha ao cavaquinho o histórico Jards Macalé ("você tá morando aqui?", me perguntou o Macalé), numa versão pós-capixaba de Vapor Barato. Tatiana é outra que trabalha no jornal, e é apresentadora de um programa de sucesso na Globo local, e também tem uma banda. Fabrício, além de curador do festival, é o líder performático da banda O Sol na Garganta do Futuro, a mesma que bolou no palco o encontro de gerações com Donga, quero dizer, com Macalé.

(E o festival de música aconteceu, chão salpicado de estrelas, debaixo de uma lona de circo, esse lugar mítico por excelência onde o domador é o pipoqueiro é o trapezista é o palhaço é a mulher barbada é a fazedeira de churros e algodão-doce e cachorro-quente é o bilheteiro é o etc.)

E eu nem vou falar do André Paste, por agora, que senão isto aqui vira um livro.

Mas minha pergunta derradeira é a seguinte: alguém precisa ser nostálgico num Brasil que oferece cenas como as que tenho visto ultimamente, em lugares tão-longe-tão-perto quanto Belém ou Vitória? Não precisa, nem é possível, muito menos desejável. O presente está bombando nas nossas fuças, só não viu quem não quis. Dá-lhe que dá, Espírito Santo (também conhecido como exu)!


Tuesday, December 08, 2009

Fala de Ericson Pires no segundo dia do seminário A Morte do Popstar, que ocorreu em 05 de dezembro de 2009, no Auditório do Cemuni IV, Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória, durante o Festival de Música Livre.

Vou propor um axioma básico para pensar a questão. A ideia de popstar é uma ideia de construção hegemônica, institucionalizada na cultura de massa. Então, sempre para mim, a figura do popstar está ligada a hegemonia ou a uma disputa por isso. Vou tentar propor para vocês quatro mortes. Uma está na primeira metade do século 20, a outra no fiinal dos anos 70, que são a morte do Trotski e a morte do John Lennon. E duas esse ano: o Lévi-Strauss e o Michael Jackson. Se a gente analisar o assassinato do Trotski, a gente vai perceber que é uma disputa política em torno de uma hegemonia da personificação do poder. Stalin jamais permitiria um coadjuvante de tamanho peso como Trotski. E o ato da morte do Trostski é performático. Ele foi morto no México de Diego Rivera, um México revolucionário, e foi morto com uma picareta, de uma maneira bastante atroz...

Fã vem de fanático. O agente stalinista que assassina o Trotski é o mesmo fanático que matou o John Lennon.

Toda a circunstância da morte do Lennon tem a ver com o cara que leu o O Apanhador no Campo de Centeio. Uma coisa curiosa é que ele achava que era o John Lennon. Isso é, tão fanático sobre o personagem do John Lennon que aquilo se tornou uma obsessão.

São dois assassinatos políticos no sentido do afeto, no sentido de afetar a produção cultural.

O Lévi-Strauss encerra o ciclo do homem branco macho-alfa europeu. É o grande saber do europeu branco, o macho-alfa. Hoje o cara que melhor escreve em francês é um que nasceu na Guiana Francesa, o cara que ganha o prêmio de literatura inglesa nasceu em Trinidad e Tobago...

O Michael Jackson, esse transgênero, ele cruza... O Michael Jackson significa o fim da possibilidade única de ídolo desse projeto consumista, hegemônico. Para mim, ele encerra também um ciclo do popstar. Se de um lado morre o saber do Lévi-Strauss, branco, europeu, por outro lado morre a figura do popstar. É um cara que fala para o planeta inteiro.

De qualquer jeito, a gente tem um configuração interessante. Dá pano pra manga.

Thursday, December 03, 2009

Música para ouvir, música para pensar

Carolina Ruas

Foto: Sergio Huoliver
Que o fim do ano em Vitória é sempre marcado pelos mais interessantes eventos, isso todo mundo já sabe. O que ninguém esperava, porém, é que este ano aconteceriam três imperdíveis ao mesmo tempo. Além do tradicional Vitória Cine Vídeo, na mesma semana acontecem, tudo na Ufes, o Fórum de Mídia Livre e, em paralelo, o indispensável Festival Música Livre & Seminário A Morte do Pop-Star, que, entre esta quinta-feira (3) e domingo (5), traz a discussão das novas formas de difusão no campo musical, o papel do artista, a Internet e os direitos autorais. Na esteira dos debates também chega uma série de atrações musicais que une o tradicional ao mais moderno do mundo da música. E quem faz a ponte entre esses dois universos é, senhoras e senhores, Jards Macalé, um cânone da subversão como cantor, compositor, ator, poeta, arranjador, entre outros títulos, da cultura brasileira.

Nem moderno nem tradicional são as palavras adequadas quando se trata deste carioca que fez e desfez no mundo da música desde a década de 60. Jards Macalé se apresenta em Vitória na noite desta quinta-feira, primeiro dia do festival, ao lado do Sol na Garganta do Futuro. “Eu gosto muito de Vitória. Fui preso aí e a prisão me trouxe muitos prazeres”, ele diz ao telefone, sentado confortavelmente em seu apartamento no Jardim Botânico, Rio de Janeiro.

O tom desafetado vem muito naturalmente, uma deixa para Macalé começar a contar uma de suas histórias em que, depois de um show que debochava da Declaração Universal dos Direitos Humanos, encarou a ditadura das gravadoras. “Foi em 1974 que fizemos esse show que denunciava todo esse negócio de direitos autorais, que todo mundo assinava os contratos sem nem saber das coisas. Fiquei nove anos preso. Quem foi me soltar foi o Médici!”, conta às gargalhadas.

Subversivo e debochado, Macalé arrumou todas as confusões possíveis com as gravadoras e com a censura na década de 70. Junto a outros artistas famosos, como Tom Jobim e Chico Buarque, acabou articulando uma sociedade musical brasileira para pensar e questionar a política das gravadoras, dos contratos e de direitos autorais que em nada defendiam os direitos do artista sobre sua obra. “Por isso fiquei muitos anos sem gravar nada, não fui nada obediente, briguei muito com a gravadora e não quiseram gravar mais comigo. Sabotagem mesmo.”, afirma.

Apesar de ter ficado um tempo parado, esse embate foi uma importante semente para a discussão contemporânea do papel do artista e do livre compartilhamento de música via Internet, principal enfoque do festival e do seminário. Por isso, não só artistas de peso como Macalé, mas os demais que se apresentam em Vitória estão de alguma forma envolvidos no debate. “A idéia é pegar pesado mesmo! Pegar a galera do Mídia Livre, do MPB, quem tinha condições e vontade de vir a Vitória”, conta Fabrício Noronha, um dos organizadores do evento. Em tempo: o MPB a que Fabrício se refere não é Música Popular Brasileira, e sim o Música Para Baixar, movimento que vem articulando músicos de todo o Brasil, anônimos ou consagrados, para debater a necessidade de se criar uma nova racionalidade para o negócio da música. Isso, claro, passa por uma profunda reorganização do padrão estabelecido pelo mercado fonográfico tradicional.

Fabrício, também vocalista da banda Sol na Garganta do Futuro, conta que, sem grandes recursos, o festival foi construído todo em cima dos ideais dos grupos acerca da distribuição de música pela Internet. “A gente foi acionando as pessoas, tudo construído por Internet com gente que já está envolvida e outros que têm bagagem, mas não estão envolvidos diretamente. E a gente, então, aproveitou para trazer para o movimento”, explica ele.

Jards Macalé é um desses que, com imensa bagagem nos enfrentamentos com as gravadoras, está chegando para o movimento na Internet agora, mas com a certeza de que é fruto da luta iniciada há mais de 30 anos. “Sempre teve briga, porque os interesses não são comuns. E está mais forte porque a gente plantou isso lá atrás”, garante ele.

Em tempos em que um artista só precisa de uma plataforma na Internet para divulgar seu trabalho, Macalé duvida da sobrevivência do modelo tradicional das gravadoras. Para ele a Internet é uma grande ferramenta de comunicação que deve mesmo ser explorada, principalmente para difundir música. “A Internet transformou tudo. E tem que mudar essa relação! Praticamente acabou o mercado de disco e eles (as gravadoras) precisam se adaptar ao mercado, mudar o comportamento. E com a Internet como eles vão amarrar isso tudo?”, questiona.

Quem o escuta falando assim entende por que Macalé se tornou ícone para a sua geração e para as gerações posteriores que encontraram nos downloads não-oficiais a irreverência e a genialidade musical do artista. Se isso o incomoda enquanto artista? “Muito pelo contrário: acho bom que me escutem mesmo. Eu vivo de shows ao vivo. Não espero direitos autorais e acho isso uma vergonha. Hoje só tenho uma obra minha mesmo, os outros estão tudo nas mãos das gravadoras”, conta.

O grande encontro


De geração em geração, Macalé foi deixando sua marca por onde passou. Suas músicas que ganharam fama nas vozes de Gal Costa, Maria Bethânia e Nara Leão e outros consagrados, também estão presentes nas vozes de gente como O Rappa e Adriana Calcanhotto. Para Fabrício, vocalista do Sol na Garganta do Futuro (foto ao lado), a música de Jards Macalé é uma referência muito forte para o grupo. “A gente já vem tocando as músicas dele há um tempo; o Sol tem oito anos e o Macalé ‘surge’ como efervescência da cultura brasileira nas pesquisas do grupo”, explica.

Na quinta-feira, a banda que provoca uma orgia entre poesia, música, cinema e performance em cima do palco se encontra musicalmente pela primeira vez com Macalé. Fabrício comenta que existem muitas coisas que o grupo identifica na música de Macalé. “A gente está conectado por várias coisas; a atmosfera que ele cria, a poesia como aliada; a própria construção das músicas se assemelha muito com o que a gente faz”.

Quanto ao show, Fabrício diz que ainda está para ser decidido o “desenho”, que será traçado quando os músicos se encontrarem para ensaiar, pensar repertório, et cetera. Para Macalé, alguns dias antes do show o repertório ainda é “um mistério que ninguém desvenda!”, é o que diz entre mais gargalhadas.

Nesses momentos, não surpreende que um artista de espírito tão desprendido quanto o dele tenha sido reconhecido justamente pela improvisação e pela capacidade de transformar cada apresentação sua em exemplar único. “Fico pensando que cada um faz a diferença como pode. Não sei fazer exatamente igual. Não sou quieto, quando criança minha mãe mandava e mesmo assim eu não ficava”, lembra ele.

De fato, a cada acorde, a cada apresentação, Macalé refaz toda a música, não importa se dele ou não. E o próprio admite que não consegue. “Já me disseram que o meu violão é surrealista! Tem sempre algum detalhe, na interpretação, no violão... mas acho mais que meu violão é cubista!”.

Surrealista ou cubista, não importa, Macalé continua sendo um provocador do mundo da música que, se não hesita em subverter a arte, também não hesita em ter momentos de “vazio” criativo e admite que agora está “num momento de seca”. Depois de fazer muitos shows pelo mundo afora, Macalé diz que quer fazer coisas novas, mas que não sai correndo para fazer as coisas acontecerem. “Ainda não sei o que fazer. Mas como sempre me diz uma amiga ‘Quando te dá aquele vazio, não se preocupe: viva o vazio’”, diz.

E para Macalé, fazer algo novo não significa muita coisa. “O novo é muito relativo. Me sinto novo”, conta. E a improvisação e o “surrealismo/cubismo” da sua arte, também vêm acompanhados de uma inconstância na criação. “Sou muito indisciplinado. E criação é uma espécie de febre. Posso passar vários dias fazendo uma coisa e vários tempos sem fazer nada. Criar é uma coisa que vem. Uma palavra pode detonar um poema”, reflete.

Em tempos em que ser artista, ou melhor, dar visibilidade a sua obra, é algo muito mais acessível graças à presença das novas tecnologias, Macalé vê grandes possibilidades para o mundo da arte. “O mundo está em aberto, hoje em dia temos um país de artistas, o que é saudável. Ao mesmo tempo, isso não aparece na televisão nem no rádio – não sei quantos interesses aparecem aí. Mas arte é o sintoma da criatividade. E estamos mudando a relação com essas coisas todas”, explica ele.

O Festival de Música Livre, além de promover o encontro entre a música e a poesia, a tradição e a modernidade, é na capacidade de entender o papel do artista na discussão desse novo ambiente da cultura musical que o debate se completa nas vozes de artistas dos mais variados estilos e idades. Fabrício do Sol na Garganta do Futuro completa: “é um olhar sobre a cultura em geral, que ultrapassa a música, estando presente em todas as artes, que estão se contaminando pelo novo modelo de negócio, pelas novas formas de difundir a cultura”.


FESTIVAL MÚSICA LIVRE & Seminário A MORTE DO POP-STAR


PROGRAMAÇÃO SEMINÁRIO

Sexta-feira (4)

15h às 18h | Mesa: A Invenção do Pop-Star | Auditório do Cemuni V (Ufes)

Mediador: Irajá Menezes (SP)
Convidados: Miguel Jost (PUC/RJ), Edson Natali (Itaú Cultural/SP), Mónica Vermes (Ufes/ES) e Pablo Capilé (Espaço Cubo/MT)

Sábado (5)

15h às 18h | Mesa: A Morte do Pop-Star | Auditório do Cemuni V, Ufes

Mediador: Irajá Menezes (SP)
Convidados: Ericson Pires (UERJ/RJ), Pedro Alexandre Sanches (CartaCapital/Rolling Stone/SP), Gustavo Anitelli (Teatro Mágico/MPB/SP) e Eduardo Ferreira (MPB/OsViralata/MT)


PROGRAMAÇÃO DE SHOWS


Quinta-feira (3) | 21h | Tenda de Circo, Estacionamento do Centro de Artes (Ufes)

Jards Macalé
Graveola e o Lixo Polifônico (MG)
Vitrola de 3 (ES)
Sol na Garganta do Futuro (ES)
Ricardo Palm (SP)
Anne Oz (ES)
K.O (ES)
Kung Fuko (ES)

Sexta-feira (4) | 22h | Tenda de Circo, Estacionamento do Centro de Artes (Ufes)

Macaco Bong (MT)
Richard Serraria (RS)
Os Viralata (MT)
Fê Paschoal (ES)
Ócio (ES)
F.U.E.L (ES)
SkolBitch (ES)
Tati Wuo (ES)
Rike Sick (ES)

Sábado (5) | 22h | Tenda de Circo, Estacionamento do Centro de Artes (Ufes)

Tono (RJ)
Os Outros (RJ)
Qinho (RJ)
SoultoGroove (ES)
Trepax (ES)
André Paste (ES)
Jean Mafra (SC)
Angela Jackson (ES)
Manniquin (ES)
Semáforo (ES)
Soft Mobile Porn (ES)

Serviço

O Festival Música Livre & Seminário A Morte do Pop-Star acontece desta quinta-feira (3) ao próximo domingo (5) na Ufes. Av. Fernando Ferrari, 514, campus de Goiabeiras, Vitória. Entrada franca.