[...] "De tudo o que eu disse até o momento, seria possível inferir que o juízo estético não é voluntário. Na verdade, isso não precisa ser dito. Toda intuição, seja comum ou estética, é involuntária quanto ao seu conteúdo ou resultado. O juízo estético de cada um, por ser uma intuição e nada mais, é acolhido, e não oferecido. Não se escolhe gostar ou deixar de gostar de determinada obra de arte mais do que se escolhe ver o sol como luminoso ou a noite como escura. [...] Por outras palavras: a valoração estética é reflexiva, automática, e jamais se chega a ela por arbítrio, deliberação ou raciocínio". (Clement Greenberg)
[...] Embora considerasse involuntários os juízos de gosto, Greenberg não foi persistente ao ponto de tomá-los como não passíveis de revisão ou aprimoramento. Concebia o gosto como uma faculdade que podia ser "desenvolvida" ou "cultivada" por meio de uma crescente exposição à arte - tanto através de uma ampliação do campo da experiência quanto de repetidos contatos com as mesmas obras - e por meio da reflexão sobre o que foi visto (ou ouvido, ou lido). (Charles Harrison)
[...] "Tudo o que digo é que a história não mostra nenhum caso de inovação significativa em que o artista inovador não conhecesse e dominasse a convenção ou as convenções que modificava ou abandonava. O que significa dizer que submetia sua arte à pressão dessas convenções, enquanto as modificava ou as rechaçava. Que não precisava sair em busca de novas convenções para substituir as que deixava de lado; suas novas convenções emergiriam das antigas simplesmente por meio de seu embate com as antigas. E estas, não importa quão abruptamente descartadas, de algum modo permaneceriam lá, como fantasmas, e como fantasmas governariam". (Clement Greenberg)
[...] Pertencer à vanguarda, na sua visão, jamais significou a realização de um "rompimento radical com o passado", mas sempre a transformação dos mecanismos de um meio por aqueles diretamente envolvidos com esse meio. (Charles Harrison)
Charles Harrison - Introdução: O Juízo na Arte.
Clement Greenberg - A Intuição e a Experiência Estética / Convenção e Inovação
Clement Greenberg - Estética Doméstica
Clement Greenberg - A Intuição e a Experiência Estética / Convenção e Inovação
Clement Greenberg - Estética Doméstica




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