Tuesday, December 13, 2011


A COLÔNIA

“O comércio do Rio de Janeiro consiste principalmente de negros, ferro, sal, tecidos de lã, chapéus, panos de algodão estampados, quinquilharia, armas, alguns objetos de fantasia, um pouco de vinho e de óleo, peixe salgado e manteiga”, relatou John Mawe.

O RIO DE JANEIRO

Outro aspecto que despertava a curiosidade dos visitantes era o número de negros, mulatos e mestiços nas ruas. Os escravos realizavam todo tipo de trabalho manual. Entre outras atividades, eram barbeiros, sapateiros, moleques de recado, fazedores de cestas e vendedores de capim, refrescos, doces, pães de ló, angu e café. Também carregavam gente e mercadorias. Pela manhã, centenas deles iam buscar água no chafariz do aqueduto da Carioca, que era transportada em barris semelhantes aos usados para levar os excrementos até as praias no final da tarde.

 “O barulho é incessante”, reclamou o viajante alemão Ernst Ebel, descrevendo o som dos escravos que percorriam as ruas transportando todo tipo de mercadorias: “Uma chusma de negros semi-nus cada qual levando à cabeça seu saco de café, e conduzidos à frente por um que dança e canta ao ritmo de um chocalho, ou batendo dois ferros na cadência de monótonas estrofes a que todos fazem eco, dois mais carregam ao ombro pesado tonel de vinho, suspenso de longo varal, entoando a cada passo melancólica cantilena; mais além, um segundo grupo transporta fardos de sal, sem mais roupa que uma tanga, e, indiferentes ao peso e ao calor, apostam corrida gritando a pleno pulmão. Acorrentados uns aos outros, aparecem acolá seis outros com baldes de água na cabeça. São criminosos empregados em trabalhos públicos”

Laurentino Gomes - 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil

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