Marcus Preto, crítico da Folha, resenhou o disco novo do Djavan assim:
[...] O álbum tem, de cara, meia dúzia de faixas com todos os elementos que reconhecemos como o "estilo Djavan": a batida sincopada do violão, o alongamento no final das frases melódicas, as letras que valorizam tanto o sentido das palavras quanto seu som.
Djavan está em sua zona de conforto, é o que parece.
Mas é tudo mentira. São muitos os temas menos "djavaneanos" no trabalho. Ares Sutis, Quinze Anos e Rua dos Amores, por exemplo, fogem completamente disso.
O problema é que eles só surgem lá para o final da audição, depois de a impressão de "mais do mesmo" ter se cristalizado nos ouvidos. [...]
Mas é mentira.
Ares Sutis, na verdade, é um retorno a temas e contornos melódicos de fases antigas, do disco Alumbramento, por exemplo, ou Álibi, ou A Ilha, ou Morena de Endoidecer. Essas sonoridades são recessivas ao longo da carreira do Djavan. Mas são encontráveis ao longo dela toda.
Mais do mesmo é a maneira de distorcer a obra do artista para deixar mais palatável aos olhos do leitor (pretensamente jovem). Que só conhece o Djavan "Jorge Avercillado" dos funks picantes e baladas apaixonadas de duas décadas pra cá. O crítico poderia ser aquele que localiza o antigo no novo, o novo no antigo. Se não estivesse tão desinformado quanto seu público.



No comments:
Post a Comment