Thursday, July 20, 2023

20 de julho de 2016

A última tortura explícita de números em pesquisa que eu me lembro, foi nas eleições, quando um instituto do Paraná botou o Aécio lá nas alturas, mas tudo indicava que não era verdade, por isso, ninguém acreditou.

A pergunta é: esses caras estão matando cachorro a grito? O Datafolha "Temer é o preferido para METADE dos brasileiros" tem pé, rabo, pescoço e orelha de fraude. A quem diabos o Otavinho queria enganar?

A outra pulga atrás da orelha, porém, é que, no frigir dos ovos, 50% dos entrevistados, se tivessem que escolher exclusivamente entre Dilma e Temer, prefeririam Temer.

Esta não é uma boa notícia. Não adianta fingir, nem mentir pra si mesmo, como aquele velho bolero dizia. Em compensação, tampouco é uma nova notícia.

Dilma não foi eleita com ampla margem. E a reeleição foi um quase empate. Praticamente todas as pesquisas desde outubro de 2014 apontam meio Brasil contra Dilma. É sobre essa verdade-em-termos que as sucessivas fraudes tomam corpo. Afinal, um a cada dois brasileiros, não quer Dilma Rousseff como presidente.

Se a gente dormir nesse barulho, porém, estará consumado o tão propalado Golpe de Estado. Presidentes impopulares eleitos legitimamente só podem ser apeados do poder mediante comprovação de crime de responsabilidade, ou por eleições previstas em calendário. Fora disso é uma afronta à República. Inadmissível, portanto.

Tudo muda o tempo todo no mundo, mas nada mudou desde o momento em que o candidato derrotado Aécio Neves resolveu tocar fogo no barco. Dia após dia reafirma-se a improcedência do impeachment: Dilma sobrevive aos ataques contra sua probidade. A popularidade de Dilma, altíssima um dia, jamais se recuperou após os eventos de 2013. A estratégia de cerco e destruição via mídia, por sua vez, não tem prazo para acabar.

Mais que nunca são os ideais republicanos a única tábua de salvação disponível nessa ressaca.

Publicado originalmente no Facebook

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