21 de julho de 2014
Pelos posts no Facebook fico sabendo que o Fantástico bateu um prego a mais no caixão dos ativistas presos no Rio de Janeiro, condenando-os por antecipação.
Descontado o sensacionalismo nosso de cada domingo à noite, a situação dos 23 certamente não é das melhores. Já não angariam a simpatia de quase ninguém. Estão por conta própria.
Cenário muito diferente do dia 17 de junho de 2013 quando São Paulo botou nas ruas um milhão de pessoas e deu início à série aparentemente infindável de passeatas que se estende até hoje pelo país inteiro.
Havia naquele ajuntamento que partiu do Largo da Batata um claro repúdio aos excessos cometidos pela PM contra manifestantes e uma valorização inequívoca do direito de protestar.
Mais ou menos como se uma parte significativa da população tivesse "tomado uma atitude", estávamos ali, antes de mais nada, como parceiros dos jovens que resolveram dar a cara a tapa na briga contra o aumento do ônibus. Queríamos apoiá-los e defendê-los.
Um ano depois, no entanto, a opinião pública repudia explicitamente - há meses - o reiterado vandalismo que se tornou a marca registrada das manifestações, esvaziou-as de sentido e culminou na morte do cinegrafista Santiago Andrade.
Diante da prisão de Sininho e agregados, a sociedade reage como quem, dessa vez, tomasse não uma, mas duas atitudes: caga e anda.
Postado originalmente no Facebook
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