Friday, August 04, 2023

4 de agosto de 2018

Senti no ar uma ressaca cívica imensa depois do Bonosauro no Fod'a Vida. Como ele saiu ileso, se espalhou um medão de que dali o fascistoide crescesse indefinidamente. Não foi o que aconteceu. Com o passar dos dias, as imbecilidades que ele disse e o modo tosco como ele se expressa foram ganhando cada vez mais visibilidade. Na entrevista de ontem na Golpe News, vigorou o 'de onde não se espera nada, daí é que não sai porra nenhuma'. E o dia hoje amanheceu menos angustiado no Facebook. O que houve de comum entre os dois programas foi a pusilanimidade dos jornalistas. Todos tão compromissados com o 'grande-acordo-nacional-com-o-supremo-com-tudo', que até perguntas básicas como a do subsídio ao óleo diesel soam hipócritas. Quando alguém vai ser sabatinado na TV, não nos resta, cidadãos, senão torcer por um procedimento decente por parte da bancada. Afinal, eles deveriam estar ali para representar o interesse público. Infelizmente, é inútil esperar isso de alguém no jornalismo mainstream. E a sensação de derrota que nos acomete a seguir resulta, em grande parte, do desamparo em que uma imprensa venal como a brasileira joga seus espectadores a cada nova entrevista. Em resumo, eles são o fim da picada. A boa notícia é que a culpa não é nossa. Compartilhando visões críticas, denunciando a farsa, algum avanço se vai conseguindo, dentro do pouco que nos cabe. Eles são muito mais fortes. Mas estão também muito velhos e podres. E a culpa não é nossa.

Em tempo. Claro que o ponto culminante da porcaria toda foi a Míriam Leitão pagando o mico de recitar o texto ditado no ponto.

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Publicado originalmente no Facebook

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