Monday, September 18, 2023

18 de setembro de 2016


FASCES DO BRASIL - ligando os pontos em tempos sombrios

Enquanto 'fascismo' é um substantivo, 'fascista' pode ser substantivo ou adjetivo. Seria exagero definir o que estamos vendo surgir no Brasil como fascismo, em seu sentido estrito, mas já não resta dúvida de que tem nítidos contornos fascistas. A horda sinaliza o desejo de substituir a ordem. Para tanto, parcelas do Judiciário e uma imprensa não menos que criminosa vêm encenando a institucionalização dos impulsos do rebanho. É muito grave, ainda que estejamos nos limites da encenação.

A wikipedia traz a etimologia de "fascismo" e "fascista":

[...] "O termo fascismo é derivado da palavra em latim 'fasces', um feixe de varas amarradas em volta de um machado. Os fasces foram um símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. Eram carregados por lictores* e poderiam ser usados para castigo corporal e pena capital a seu próprio comando. Mussolini adotou esse símbolo para o seu partido, cujos seguidores passaram a chamar-se fascistas.

O simbolismo dos fasces sugeria "a força pela união": uma única haste é facilmente quebrada, enquanto o feixe é difícil de quebrar. Símbolos semelhantes foram desenvolvidos por diferentes movimentos fascistas. Por exemplo, o símbolo da Falange Espanhola é composto de cinco flechas unidas por uma parelha"

Um amigo elencou a metodologia dos diversos justiceiros pátrios cheios de convicção e poder conferido:

“Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite” (ministra Rosa Weber ao condenar Zé Dirceu).

“Não se torna necessário que existam crimes concretos cometidos” (ministro Gilmar Mendes ao condenar 11 pessoas por formação de quadrilha).

"Prova ilegal se usada com boa-fé pode ser usada" (juiz Sérgio Moro justificando escutas ilegais).

“Sabemos que a Presidente não cometeu crimes, mas ela perdeu a capacidade de governar” (senador Acir Gurgacz condenando Dilma à perda de mandato por prática de crime).

"Não tenho provas, mas tenho convicção” (procuradores do MPF denunciando Lula e esposa).

E mais outro amigo compartilhou a análise sempre esclarecedora do decano Janio de Freitas.

Janio fala em uma "tolerância conivente" com a "escalada de abusos de poder, sobre fundo político" que envolve do STF ao juizado de 1.ª instância, passando por quadros da Polícia Federal.

"O século passado viu muitas vezes a que levam essas investidas", continua o jornalista.

"Não poucos países viveram situações que ainda os levam à pergunta angustiante: 'como foi possível?'.

Aqui mesmo temos essa experiência: como foi possível ao Brasil passar 21 anos sob ditadura militar?

Em nenhum desses países houve causa única.

Mas em todos uma das causas foi a mesma: os que deviam e podiam falar, enquanto era tempo, calaram-se por covardia ou conveniência, quando não aderiram à barbárie pelos dois motivos".

A capa de VEJA com a imagem de Lula remetendo - intencionalmente - ao corpo mutilado em praça pública de Gaddafi, completa um quadro. Assustador. A cadela do fascismo brasileiro está no cio. E vem sendo disputada por velhos machos alfas, betas e Deltans.

'Civiltà', que remete em português a civilidade, civilização, sociedade civil, ou cidadania, não pode ser substituído pela oligarquia dos Civita.

Que bom saber que tenho amigos que não se calam!

*Lictores, na Roma Antiga, eram funcionários públicos encarregados de ir a frente de um magistrado com feixes de varas denominados fasces, abrindo espaço para que esse pudesse passar. O seu número variava de acordo com o grau de importância do magistrado.

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