Friday, September 22, 2023

22 de setembro de 2016

BICHOS ESCROTOS

Dia 25 de fevereiro do ano passado, Guido Mantega e sua mulher foram hostilizados no Hospital Albert Einstein. Salvo engano, foi o primeiro de uma série de escrachos em lugares públicos a figuras ligadas ao PT. A mídia, claro, divulgou à farta. O vídeo de celular viralizou. No Facebook circulou este relato, postado por alguém de nome Ana: “Ele estava acompanhado de uma senhora e por isso não quis baixar o nível mas não consegui me segurar. Enquanto descíamos, em que o elevador parou em vários andares, perguntei aos demais passageiros se não estavam sentindo um cheiro muito ruim. Todos se tocaram da indireta e começaram a abanar seus narizes, comentando entre uns com os outros que realmente, o fedor estava insuportável”. O juiz Moro mandou prender Mantega no mesmo hospital, no momento em que a esposa do ex-ministro, que em 2015 fazia exames, entrou para cirurgia. Um círculo se completa, ao conectar o assédio moral do grupo e a ação da autoridade constituída. Moro sabe como ninguém usar a opinião pública a seu favor formalizando aquilo que a horda alimenta como fantasia. Não foi casual a "indireta" do mau cheiro. Moro e o rebanho personificam os personagens brancos descritos na música A Mão da Pureza, do negro Gilberto Gil. "Corrupto" para o bando do alpha male Moro é o contrário de "puro" e não de "honesto". E puro é sempre, e apenas, o igual. Qualquer outra alternativa "corrompe". Tem cheiro de podre. Não houve nada de espontâneo na ação da caterva, tampouco pode ser coincidência mandar prender Guido Mantega no point inaugural dos ataques a petistas. Nos dois casos o que se vê é um sentido atávico, primitivo, de propagação de mensagens entrando em funcionamento. Não precisa combinar. Esses animais se localizam "entre uns com os outros" pelo faro.

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