31 de outubro de 2015
PROGRAMA DE INDIE
Amiguinhos, acho saudável problematizar o colonialismo cultural presente na festa do Halloween, mas antes eu quero discutir sobre:
Os violões de 12 cordas com levada folk e slide guitar nas músicas do Zeca Baleiro.
O Hammond onipresente nas baladas R&B da Marisa Monte.
O Rhodes Steely Dan do Ed Motta.
A chinfra Beirut da Banda Mais Bonita da Cidade.
Todas as blue notes das emboladas funk do Lenine.
A acentuação oxítona das paroxítonas que transforma todas as palavras em monossílabos na Marina Lima (essa fez escola): "a-chú que o mun-dú... faz char-mííí"...
O forró universitário que, no fundo, é reggae.
A levada Jorge Ben + citação do Zeca Pagodinho sobre plágio do The Temptations do Skank.
O "s" irlandês Connery / Bogart do Helinho do Vanguart.
As roupas de couro preto + botinão do Branco Mello. O terno pimp + corrente de ouro + pulseiras + anéis do Nazi.
A indecorosa ausência de swing nos sambas de Rômulo Fróes e sua turma.
A "vontade féla-da-puta de ser americano" * do Raul Seixas.
Pra ficar apenas em alguns.
E pra ficar só na música! Sem mexer com o cinema do Padilha, os roteiros do Meirelles, os MasterChefs, a produção "genuinamente nacional" de espetáculos tchipo Broadway, ou a Abertura dos Jogos Olímpicos (entre muitos, muitos outros).
Se não for assim, tirar a Bruxa e colocar o Saci, fica parecido com aquele meme da Bela Gil em que você troca uma coisa pela outra só pra fazer uma graça.
P.S. O canal do programa da filha do Gil se chama Globosat News Television. Eu sei, porque, pra postar no Facebook (Menlo Park, San Francisco, CA), eu antes vi no Google (1875, Charleston Road, Mountain View, CA).
P.S. II Na foto, a banda Little Joy, que em português quer dizer: Joinha.
* Caetano Veloso - "Rock'n' Raul".
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