31 de outubro de 2018
1. Uma page de Facebook aglutinou 4 milhões de mulheres em plena campanha presidencial. Esse grupo, tendo sobrevivido a um ataque hacker brutal, viria também a ser a liderança de atos de rua gigantescos por todo o país, para logo em seguida cair vítima de um 'tsunami' difamatório de fake news e receber da mídia tradicional o mais solene desprezo.
2. Antes da denúncia de compra de disparos de WhatsApp via Caixa 2 da campanha de Bolsonaro feita pela Folha de São Paulo, Fernando Haddad e sua família já haviam sido soterrados por outro 'tsunami' difamatório através do mesmo aplicativo. O que fez o poder judiciário? Mandou seguir o baile. O que disse a imprensa? Que não havia nada de conclusivo.
Ataque e silenciamento. A fórmula básica do estupro.
Há muito método nessa loucura, concorda?
O que mais precisaríamos para gritar aos quatro ventos que a principal 'causa' da vitória dos neofascistas brasileiros foi a propaganda ilegal que eles praticaram ao longo de toda a campanha? Não se trata apenas de enganar pessoas suscetíveis. Trata-se de um ataque massivo financiado por dinheiro massivamente equivalente. Crime eleitoral. Ponto.
Por qualquer motivo que nos escapa, os analistas políticos estão tendendo a encontrar explicações no varejo da política. A metáfora 'tsunami' não deveria deixar espaço para ambiguidades. A estratégia utilizada pela campanha de Jair Bolsonaro foi a de terra arrasada. Assim que arrefeceu, impedida pela ação da Justiça e do próprio Facebook e, por extensão, do WhatsApp, os números começaram a mudar. Não há erro de partido, ou situação conjuntural que justifique.
A eleição de Bolsonaro, assim como o impeachment de Dilma Roussef e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva são três faces de um mesmo golpe. Basta de encontrar outra explicação que não seja a vontade explícita de tomar o poder através da força. No caso, a força da grana. Como se houvesse outra!
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