Sunday, December 03, 2023

3 de dezembro de 2015


Um dia ou dois depois dos massacres em Paris, um grupo de extrema direita apareceu numa manifestação pública carregando faixas que pediam que os muçulmanos fossem expulsos da França.

Os manifestantes parisienses não tiveram dúvida: botaram os reaças pra correr.

Aqui em São Paulo, gente que considera a si mesma séria e honesta, dividiu ombro a ombro, mais de uma vez, a Paulista tomada pelo Hino Nacional entoado por Wanessa Camargo, ou pelo Pai Nosso rezado pela Barbie Fitness, ou pelo discurso de um torturador da Ditadura, ou ainda pela pregação abertamente racista e misógina do grupo de Kim Kataguiri.

Ontem Eduardo Cunha, notório ladrão, chantagista e candidato a vilão de filme B, deu andamento ao pedido de impeachment escrito por Janaína Paschoal, protagonista de um dos discursos mais histéricos da história recente da passeatas de Direita.

Dilma fez pronunciamento em que se disse indignada.

No meu bairro bateram panelas.

O PSDB anunciou apoio a Eduardo Cunha.

A vantagem desse cenário é que as posições em conflito ficaram claras de uma vez.

Não há mais espaço para se pretender digno quem apoiar o golpismo, pois o golpismo já não teme dizer seu nome.

O oportunismo da esquerda auto-denominada autêntica também será posto à prova.

As viúvas do Lula e do PT do Colégio Sion também foram convocadas.

Os franceses reagindo contra o racismo enquanto suas calçadas ainda estavam sujas de sangue ensinam: se o que está em jogo é a Democracia, não se admite meios termos.

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