4 de dezembro de 2016
Perdão voltar ao Ortellado, mas ele é a voz da vez.
O artigo que publicou no Le Monde Diplomatique é uma sequência ininterrupta de equívocos.
Um grave: tomar o discurso dominante sobre as causas e efeitos da corrupção no Brasil como correto, ou verdadeiro.
Outro: pretender que a conquista da dominância desse tal discurso se deva mais à 'ação militante das novas organizações da sociedade civil' de direita, que receberam 'o valioso apoio de alguns meios de comunicação' e não, justamente, o contrário.
Na análise do professor não existe a luta de classes. Tudo são conjunturas.
A negação do conflito fundante, no entanto, revela, a contrapelo, o acerto de se dizer dos partidos e movimentos aos quais Ortellado está ligado, que formam a "esquerda burguesa" brasileira.
Talvez, melhor fosse especificar: "esquerda pequeno-burguesa".
Só nas fantasias mais delirantes da classe média a luta de classes é uma falácia.
Discute-se muito se Pablo Ortellado erra por burrice ou por cálculo.
O arrivismo do homem é constrangedor e fica claro quando se percebe que a ideia de "janelas de oportunidades" corta o artigo transversalmente, por ironia, da direita à esquerda.
Mas se valesse de algo uma aposta, eu apostaria na genuinidade das asserções assumidas por ele no Facebook. Pablo Ortellado é, do fundo do coração, acredito, um grande pequeno-burguês.
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