13 de junho de 2014
12 DE JUNHO DE 2013 foi um dia atípico como ontem, mas por motivos diferentes (ainda que aparentados).
De manhã o jornal mostrara um gari que, após o aumento na passagem, dizia gastar R$ 26 a mais por mês, o que o estaria obrigando a "pular" refeições durante o expediente. Depois se viu que, no caso específico dos varredores o vale-transporte cobria o reajuste, não interferindo em seus orçamentos.
No fim da tarde, durante manifestação do MPL, o soldado Wanderlei Paulo Vignoli, 42, foi cercado e agredido, como se pôde ver na 1.ª página da 'Folha' do dia seguinte.
Na edição do 'Jornal da Globo' do dia 12 Arnaldo Jabor leu suas hoje célebres palavras "esses jovens não valem 0,20 centavos". Voltou atrás, pouco tempo depois.
A Folha, na mesma manhã em que dava destaque ao quase linchamento do policial, trouxe o editorial "Retomar a Paulista", defendendo ação contundente contra o chamado vandalismo.
Algo de vingança pelo soldado Vignoli, somado ao clamor por recrudescimento da repressão aos protestos deve ter motivado a desmedida truculência com que a PM se lançou sobre a passeata que aconteceu no dia 13.
O fato é que naquela noite de quinta-feira aconteceu o ponto de virada do que acabaria conhecido como Jornadas de Junho.
O que marca essa virada e, interessantemente, funciona ainda hoje como elemento catalisador dos atos coletivos que tomam ruas no Brasil, é o repúdio à violência injustificada que a Polícia, militarizada, adota ao reprimir manifestantes.
O fim de semana que se seguiu ao 13 de junho foi de preparação para o momento de maior adesão ao movimento até ali. A passeata que sairia do Largo da Batata no dia 17.
A disputa pela posse das versões supostamente verdadeiras ou falsas estava apenas começando. E parece longe de terminar.
*
Publicado originalmente no Facebook
No comments:
Post a Comment