20 de julho de 2018
O assunto do dia é o acordo entre Alckmin e o 'Centrão'. Muitos minutos de TV, muito apoio Brasil afora. Muita grana na campanha. Tudo o que dizem ser fundamental para disputar as eleições de outubro. 'Centrão' é o nome da moda para o 'pemedebismo' cunhado por Marcos Nobre, ou 'partido do interior', na categorização que fez o André Singer. São, sob qualquer nome, os fisiológicos, os herdeiros do mandonismo brasileiro velho de guerra. São eles que controlam o Congresso. São eles que fazem chantagem nas votações. São eles que têm grande parte da máquina pública em todas as regiões. De alguma forma eles acabam sendo o espelho do centro do espectro ideológico do eleitorado brasileiro. Mole. Plástico. Movediço. Lula e Dilma se elegeram puxando pra si o centro e estabelecendo equilíbrio precário com o 'Centrão'. O PSDB do golpe mandou às favas todos os escrúpulos. Abraça o 'Centrão' na condição de semelhante, de brother in arms. A tarefa da esquerda será muito árdua. A perseguição a Lula não cede. O desdém pela ordem democrática é digno das repúblicas de bananas da primeira metade do século XX. É um tempo obscuro. Retrocesso muito profundo pela frente. Tempo obscuro.
Publicado originalmente no Facebook
No comments:
Post a Comment