24 de julho de 2019
Eu não manjo picas do assunto, mas o Google taí pra ajudar gente assim que nem eu. A versão corrente é que o Sérgio Moro atendeu uma chamada que veio de seu próprio número e com esse procedimento o hacker de Araraquara (por que será que isso me faz lembrar do ET de Varginha?) acessou outros telefones e aplicativos de mensagens. A essa técnica dão o nome de 'spoofing', que significa 'falsificar'. A imprensa tem chamado a atenção para o fato de que não se trata de uma 'invasão' em sentido estrito, pois a vítima participa do golpe cumprindo o que é determinado pelo 'farsante'. Por exemplo: aquele e-mail que chega pedindo para clicar num link qualquer, que é a ação de spoofing mais comum. Só dá certo se você clicar. O que o Google me disse, e eu posso ter entendido tudo errado, já que ignoro praticamente tudo que se refere ao tema, é que, no caso da falsificação de 'cell phone calls', a gente também tem que responder e fornecer informações que o estelionatário do outro lado da linha está pedindo. NÃO FUNCIONA como nos filmes, em que o espião todo vestido de preto clona o chip em uma fração de segundos. Isto posto, portanto, e salvo engano meu, temos aí a parte mais verossímil do relato construído pela imprensa em conjunto com a assessoria do Ministério da Justiça. Consigo imaginar, sem susto, o Sérgio Moro conversando calmamente pelo telefone e fornecendo a senha do Telegram para ele mesmo. Imagino, inclusive, a cara de discreto prazer ao desligar, curtindo a satisfação de atender um pedido da pessoa que ele mais ama na face da Terra.
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Publicado originalmente no Facebook
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