Saturday, September 02, 2023

2 de setembro de 2019



Desde o filme do Bambi a gente sabe que incêndios na floresta fogem do controle.

Foi o que aconteceu com o Dia do Fogo idealizado e levado a termo pela turma do Bozo. Por ironia do destino, quiçá pela mão invisível de Deus, uma gigantesca nuvem se formou sobre São Paulo e revelou a presença do resíduo das queimadas sendo levado pelo vento e se espalhando por todo o Cone Sul.

Sem esse golpe de sorte, talvez a pesquisa do Datafolha não apresentasse hoje os mesmos resultados.

Entre ótimo, bom e regular, Bolsonaro tem agora 59%. As entrevistas foram feitas nos dias 29 e 30 de agosto com 2.878 pessoas.

Em pesquisa anterior, realizada pela empresa FSB para a revista Veja nos dias 16, 17 e 18 de agosto de 2019, considerando-se as alternativas ótimo, bom e regular, os números chegavam a 66%. A FSB falou com 2.000 eleitores.

Separando os dois momentos, o planeta inteiro viu a Amazônia arder.

Na pesquisa que a Veja encomendou, os 'ruim/péssimo' no meio de agosto somavam 35%. Para o Datafolha, em julho, no levantamento imediatamente anterior do instituto, eram 33%. Hoje são 38%.

Não seria uma estatística lá tão exuberante, não fosse o prazo de 8 meses entre a posse e o presente estado de coisas. Trata-se de uma popularidade em franco derretimento. Bolsonaro insiste em ser o microondas de si próprio. Ateia fogo às vestes. É o tamanduá cego de seu próprio fogo na mata.

Duas coisas, no entanto, permanecem inabaladas, feito o torii de Nagasaki. O núcleo duro do eleitorado de direita e extrema-direita (20% para a FSB, 29% para o Datafolha) e o apoio dos donos do dinheiro.

Para todos os efeitos, continua valendo a cândida avaliação do CEO do Itaú, lucro líquido contábil de R$ 6, 815 bilhões no segundo trimestre de 2019: "Reformas deixam Brasil em situação boa como nunca vi".

Por fim, resta olhar para o Bozo, ele próprio, e seu entorno, ou melhor, sua entourage.

Todos seguem levando a vida como quem desce a serra de Santos de madrugada num carrinho de rolimã.

Diante disso, os mesmos milionários que não dizem 'a' tampouco movem uma palha para conter o festival cotidiano de bizarrices. Voltando às palavras de mister Bracher, o circo de horrores montado no Planalto, se não causa, tampouco ajuda na 'turbulência' que o país atravessa.

Lembra a piada: 'esse presidente não tem um amigo sequer pra dar um toque?'.

Chega a ser possível desconfiar que os inventores do 'Bolsonaro presidente' escolheram como método para se livrar dele deixar a criatura cada vez mais à vontade.

Uma espécie de mula-sem-cabeça que morrerá de exaustão, de tanto correr noite adentro.

Selva!

No comments: