31 de outubro de 2020
Com o aplicativo adequado é possível dar zoom na imagem até ver que ela é composta por centenas de milhares de pontos. Cada ponto um usuário, cada conexão entre eles uma interação.
O espaço identificado pelo número 1 é o Bolsonarismo, em completo isolamento com apenas 3,8% dos atores que debateram o tema. Surra histórica.
Esse é um modo de funcionar das mídias sociais que o documentário O Dilema das Redes, convenientemente não aborda. O momento em que o 'consumidor', monitorado em todos os seus 'passos' enquanto navega, mergulha numa grande onda de mobilização. O grafo 'fotografa' o instante em que a rede, que é social, ganha atributos de espaço político e, consequentemente, confere poder ao coletivo.
Pensando apenas no mês de outubro, Facebook, Twitter e assemelhados expuseram o desvio de 7,5 milhões para programas coordenados pela primeira-dama, as inconsistências do currículo do futuro ministro Kássio Nunes, a absurda aglomeração promovida pelo véio da Havan em Belém, o senador da República flagrado com dinheiro escondido 'between his buttocks', a contratação imoral do jogador Robinho pelo Santos Futebol Clube, a ridícula mentira de Bolsonaro ao dizer que a corrupção 'acabou', a bravata de Bolsonaro ao prometer não comprar as vacinas do Instituto Butantan, sem esquecer, claro, o recuo de Bolsonaro no decreto que previa a criação de plano de concessões à inciativa privada para UBSs do SUS.
É evidente que até mesmo as grandes ondas de compartilhamentos podem ser manipuladas, como hoje sabemos pelas vitórias eleitorais de Brexit, Trump e Bolsonaro. O diferencial é que elas só funcionam à base de fraude. Mobilizações como a que o grafo deste post registra, ao contrário, surgem de todos os lados, comprovando que a metáfora da 'rede', esse objeto ancestral que não tem centro nem direção, descreve muito satisfatoriamente o organismo que chamamos de internet.
imagem e informações by @Pedro_Barciela
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