13 de novembro de 2020
'Não acreditar' em pesquisa é uma espécie de terraplanismo da esquerda das mídias sociais. Os candidatos, por sua vez, nem levantam da cama sem atualizar as pesquisas. A principal diferença é que as campanhas têm acesso a várias e de variados tipos delas, enquanto nós ficamos restritos aos grandes resultados dos grandes institutos. A leitura dos dados pela imprensa (a grande e a alternativa) fica sujeita a todo tipo de manipulação. Ok, estamos de acordo, para o eleitor a informação fornecida pelas pesquisas é super limitada. Isto posto, pegando o último Datafolha, que confirma as tendências de todas as consultas anteriores, Covas está consolidado como favorito, mas, salvo engano, não leva no primeiro turno. A soma dos concorrentes chega perto de 60%, brancos e nulos são 7% e indecisos apenas 3%. As curvas para cima e para baixo de cada um dos 13 aspirantes a prefeito parecem constantes. A pulverização, pelo jeito, anulou eventuais estratégias baseadas na transferência 'util' de votos. O nível de violência mútua, surpreendentemente baixo, também não autoriza prever grandes golpes sujos como nos acostumamos a presenciar desde, pelo menos, 2010. No segundo turno esse coeficiente altíssimo de homens e mulheres de Direita vai todo se unir, disso já se pode ter certeza. Uma característica da eleição do próximo dia 15 é a presença de gente muito conhecida na internet. Em tempos de pandemia, semelhante 'capital' é capaz de produzir estragos consideráveis: os 4% do Mamãe Falei deveriam servir de alarme. A Esquerda, desde o Golpe, está reduzida ao seu tamanho real, sempre pequeno. Capturar votos do Centro já foi mais factível. Sem eles ninguém vence eleição seja lá em qualquer lugar. Bruno Covas, ainda, colhe os benefícios de se ver poupado pelo foco irrestrito que o Brasil tem dedicado a Jair Bolsonaro. O messias do Planalto funciona como um para-raios permanente. Prefeitos e governadores poucas vezes estiveram tão confortáveis perante a opinião pública. É, com isso, me parece, que teremos que nos haver por agora. Um segundo turno muito difícil de ganhar, próximo do impossível. Entre hoje e o domingão, porém, tudo pode acontecer, inclusive nada. De minha parte, só de não ter que votar 'útil' outra vez no Márcio França já seria um alívio.
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