30 de novembro de 2013
Inúmeros textos apócrifos atribuídos a L. F. Veríssimo circulam pela internet. Este não é um deles:
PESOS E MEDIDAS
[...] Recorre-se tanto à frase “dois pesos e duas medidas” para reclamar isonomia no julgamento dos casos de corrupção no país que eu proponho o fim da hipocrisia. Oficialize-se, já, dois sistemas de pesos e medidas diferentes no Brasil, um que vale só para o PT (Sistema 1) e outro para os outros, principalmente o PSDB (Sistema 2).
As previsíveis confusões — desencontros em construções, conflitos na medição de terras etc — seriam resolvidas por um conselho arbitral formado por representantes dos dois sistemas. Desde que não fosse presidido pelo Barbosa, claro.
Veríssimo, antes que alguém venha dizer, não é "petista". Passou oito anos descendo a lenha nas opções conservadoras do Lula e não dá mole pra Dilma.
Já Juca Kfouri toma o cuidado de terminar seu artigo lembrando que também não é (e nem foi, jamais) do Partido dos Trabalhadores:
OFENDE PERGUNTAR?
Imagine que o helicóptero do Supla, que não tem helicóptero, mas é filho do senador Eduardo Suplicy, do PT, que nunca presidiu o Santos, seja pego com 500 quilos de cocaína.
Você acha que o caso seria tratado com a mesma discrição do caso do helicóptero do deputado Gustavo Perrela, que é filho do senador aecista Zezé Perrela, que foi presidente do Cruzeiro, aeronave pega com 500 quilos de cocaina?
Tudo bem.
Nem Gustavo é conhecido como Supla, nem Zezé tem a importância política de Suplicy.
Qualquer que fosse o político petista envolvido num caso semelhante seria tratado com tanta condescendência?
Em tempo e novamente, para aplacar iras mal dirigidas: jamais fui petista.
É importante ficar atento para as manifestações de repúdio que não vêm da militância. Isso mostra que o que vem sendo chamado de "indignação seletiva" está se tornando cada vez mais visível e que o sentimento de que tal seletividade é inaceitável está cada vez mais disseminado.
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