15 de dezembro de 2016
NO LONGO PRAZO ESTAREMOS TODOS MORTOS
Na imagem, um telefone celular de última geração. Em 1996.
No link, artigo da economista Laura Carvalho, demonstrando como a PEC 55 não foi feita para durar 20 anos.
Percebe? A quase totalidade dos protagonistas do governo disenterino estará fora de combate em 2036. Com um pouco de sorte, eu e você, que "militamos" no Facebook, estaremos vivos. Repare, qualquer resultado da presente disputa só será obtido por novos players, num futuro de motivações que ainda sequer são possíveis de discernir.
No curtíssimo prazo, recomendo a síntese formulada por um amigo: "Estamos na lama. É fato. O que fazer com isso é a pauta".
Em minha humilde opinião, o campo democrático precisa reconhecer que está órfão de lideranças.
Ao contrário da direita-coxo-fascista-rentista-midiática-internacional. Ou, numa palavra: Moro.
No funeral de Fidel Castro compareceram CUT, MST, MTST, PT, Lula, Dilma e Fernando Morais. Uma figura de certo modo destoante, Breno Altman, parecia estar ali para representar o comandante José Dirceu. Faça o cálculo. São eles os nosso líderes consagrados em décadas de construção e lutas.
E todos aparentam estar num movimento tático de recuo.
Tudo isso desemboca numa grande indiscriminação. O voluntarismo ansioso que encontra campo fértil no brouhaha babélico das redes sociais, se vai pras ruas, torna-se presa fácil dos farsantes. De onde surgiu o verdadeiro arsenal de fogos de artifício usado no "ataque" ao prédio da FIESP? Onde estava o Choque, que ninguém viu? O "vandalismo" em Brasília foi creditado à infiltração de agentes da "inteligência". Na Paulista, ao contrário, era o "povo" se manifestando? E por que não? E por que sim?
Quem vai saber responder? Virou zona. Cinzenta.
No longo prazo estaremos todos mortos. E a direita, mais do que ninguém, é consciente dos dias contados a que tem direito. Leia, se ainda não viu, o artigo que Vinicius Torres Freire publicou sobre os planos de salvação que as "elites" estão pondo em prática. É a crônica dos desenganados. É a disputa pelas boias do Bateau Mouche. É um deus-nos-acuda. Um pega pra capar. O cinismo naturalizante do articulista enche de sentimento o texto. O bom cabrito não berra. Mas quando vai pra degola sabe que vai morrer.
Qualquer desfecho minimamente feliz passa por um trabalho de muitas décadas, num panorama em que os telefones celulares dão a medida da velocidade com que as coisas hoje caducam. Mais da metade daquilo que nossas crianças precisam aprender para viver bem no futuro ainda não foi inventado, disse o Jorge Larrosa. O que não pode, diante de um amanhã assim semovente, é a eterna lei do mais forte continuar a prevalecer.
Sem lideranças é o governo do acaso. Nós tivemos Getúlio. Juscelino. Lula. Dilma, cujo legado de liderança ainda está por ser interpretado. E todos os homens e mulheres de iniciativa espalhados pelos variados campos da luta política. Dom Paulo Evaristo Arns, por exemplo. Sabemos que falta faz o líder. A direita também. Por isso constrói os dela. E criminaliza os nossos.
Toda essa zorra começou avalizada por teorias que usam a metáfora do "rizoma" e fazem o elogio da "horizontalidade".
Até o instante em que escrevo, rizoma me lembra mais o dito popular "comer a grama pela raiz" e horizontalidade traz à memória os versos: "todo mundo é igual, quando o tombo termina, com terra por cima e na horizontal".
Pra onde a gente olha, a sensação é de morte.
Please, leve-me ao meu líder!
💧
LAURA CARVALHO:
VTF:
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