Origem das Cartas do Tarô
Há milhares de anos, o reino egípcio estava ameaçado de ser conquistado e destruído por um poderoso inimigo. Diante dessa ameaça e da catástrofe iminente, os sacerdotes do reino temiam que o conhecimento, arduamente conquistado ao longo dos séculos, pudesse perder-se para sempre. Os sacerdotes hierarquicamente superiores reuniram-se em conselho, a fim de deliberar sobre como mantê-lo e transmiti-lo à humanidade, apesar da destruição e do aniquilamento.
Um dos sacerdotes sugeriu que se entalhasse a sabedoria nas paredes e muros das pirâmides sob a forma de desenhos e símbolos. Sua sugestão, no entanto, acabou sendo recusada, sob o argumento de que até mesmo as paredes mais fortes são construídas por mãos humanas, sendo, portanto, transitórias. Outro sacerdote quis escolher as dez pessoas mais sábias e inteligentes do país para iniciá-las nos Mistérios; elas, por sua vez, antes de morrer transmitiriam o conhecimento a outras que considerassem sábias.
Contra essa sugestão outro sábio opôs o argumento: "A sabedoria não é um estado duradouro e muitas vezes o sábio se transforma num tolo. Dessa forma, a estabilidade do nosso conhecimento não estará segura".
Há algo, no entanto, disse um outro, que é estável na humanidade: o vício. "Devemos confiar nosso conhecimento ao vício. Só assim poderemos ter a certeza de que ele sobreviverá a todas as intempéries e mudanças do tempo".
Essa sugestão foi unanimemente considerada boa e eles passaram a desenhar todo o conhecimento reunido pelos sacerdotes nas imagens das cartas. Estas foram distribuídas ao povo, que fez do jogo uma de suas paixões prediletas.
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História contada pelo místico francês Gérard Anaclet Vincent Encausse (Corunha, Espanha, 13 de Julho de 1865 — Paris, França, 25 de Outubro de 1916), mais conhecido pelo pseudônimo de Papus, médico, escritor, ocultista, rosacrucianista, cabalista, maçom e fundador do martinismo moderno. Transcrita da Introdução do Manual do Tarô, de Hajo Banzhaf. Editora Pensamento, 1995.
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