19 de setembro de 2020
Se Bolsonaro chegou a ter voz ativa desde a posse, já há bom tempo foi reconduzido ao lugar do espantalho. Qual teria sido sua última ação? Forçar a saída do juiz Moro? Garantir o soldado Pazuello no ministério? Talvez, nem isso. De lá para cá tem se limitado a bater perna, bater papo e bater cabeça consigo próprio, que é o que sempre soube fazer, além de desviar dinheiro público em esquemas caseiros.
Bolsonaro virou, para o Golpe, um enorme para-raios. Tudo o que é de ruim lhe cai por cima. Salles, Damares, Guedes, Frias, Faria, Araújo e todos os congressistas, banqueiros, pastores, prefeitos, governadores golpistas e quem mais chegar, podem seguir, quase discretos, apostando na devastação, cada um no seu quadrado. Para não ser preso, ou os filhos, Bolsonaro, o ladrão sem nenhum caráter, topa qualquer combinado.
O objetivo final do Golpe, dá até medo de imaginar. Ao contrário do 'presidente', que procura centralizar tudo e vive em função de seu gueto, as forças da reação nacional têm capilaridade. Muita. Estão por toda parte. Bolsonaro funciona como um anteparo para o monstro. É muito fácil ridicularizar tudo o que faz porque ele é autenticamente ridículo. Mas não há nada de cômico no que estamos vivendo.
Bolsonaro não seria capaz de articular roteiro tão trágico de destruição. E é o que está acontecendo com o Brasil. Um desmanche. Da natureza, das instituições, do patrimônio público, da sociedade civil... O que você pensar está sendo destruído. Completa destruição.
imagem: Lalo de Almeida / Folhapress
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