6 de agosto de 2016
PEQUENA VINGANÇA À MODA DOS DEUSES OLÍMPICOS
Em 1995 contrataram Gil, Caetano, Gal, Milton, Chico e Paulinho da Viola para um show de Réveillon na praia de Copacabana.
Descobriu-se depois que Paulinho recebera, sem ser informado, um cachê 3 vezes menor que os outros integrantes do elenco estelar. Pegou mal.
Ontem, na abertura das Olimpíadas, pudemos ouvir a voz límpida de Paulinho entoando o Hino Nacional e Paulinho pôde ouvir Wilson das Neves declamando a famosa "chamada" dos mestres sambistas que faz parte de seu Bebadosamba.
Caetano e Gil, por sua vez, foram escalados para o momento "xepa": palco do Maracanã já superlotado com todas as delegações, voluntários, crianças e ciclistas e etc. presentes e eufóricos, as escolas de samba indistinguíveis passando e um samba delicado do Ary Barroso totalmente mal escolhido para a função de conduzir a apoteose. Anitta gerou protestos dos fiscais do bom gosto, mas a verdade é que, àquela altura, e ainda mais com playback... tanto fazia. O estádio havia se transformado num mar de pessoas. Mar construído gota a gota ao longo de toda a noite. Lindo, pois sem destaque para ninguém.
Essa troca de lugares, 20 anos depois, entre Paulinho, Caetano e Gil me fez lembrar uma frase que o pessoal que curte misticismo às vezes diz: a Terra é redonda e tudo o que a gente faz, um dia, num dos giros do mundo, acaba voltando pra gente.
Publicado originalmente no Facebook
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