4 de dezembro de 2018
Semana passada eu li que um pastor do Rio de Janeiro, famoso o suficiente para aparecer no jornal, mas menos do que eu preciso pra lembrar o nome dele, disse que não acredita nas estatísticas que apontam que negros morrem em maior número do que brancos no Brasil. Para 'comprovar' sua linha de argumentação o homem de Deus exemplificou: "Eu vou a inúmeros enterros de brancos. Quase nunca vou a enterros de pessoas negras". Para garantir que não fiquem dúvidas, é evidente que o entrevistado debocha do fato de fazer parte da condição de subcidadania do negro brasileiro ter até mesmo seu funeral invisibilizado. Não há mais brancos mortos. O que há é que enterro de branco tem mais reconhecimento social. Por isso o pastor 'comparece'. É com esse tipo de gente, com esse grau de cinismo que teremos que lidar a partir do dia 1 de janeiro do ano de 2019. Se sem cargos esses filhos-da-puta agem assim, imagine com uma caneta na mão.
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